Espaço: área plana, utilizada para actividades agrícolas ou de pecuária, a uma altitude média de 187m acima do nível do mar. A linha de água mais próxima parece ser o rio Degebe. Fica situado na Freguesia de São Manços, Évora.
Objectivos: minimização de impactes sobre o património arqueológico decorrentes da execução de um troço do caminho 9 da Rede Viária do Aproveitamento Hidro-Agrícola do Monte Novo, através da escavação dos contextos detectados em acompanhamento arqueológico da obra.
Trabalhos: no decurso do acompanhamento arqueológico dos trabalhos de escavação mecânica do terreno para construção da nova estrada, identificou-se uma estrutura positiva em pedra miúda e argamassa branca. Foram abertas duas sondagens que pudessem abarcar os vestígios que foram postos a descoberto e que iriam ser afectados pela construção daquela via de acesso, por forma a definir e registar a estrutura.
Materiais: O material recolhido nas sondagens efectuadas é muito escasso, não permitindo uma aproximação cronológica mais precisa do que a de Época Romana. À superfície, apareceram fragmentos de metal (entre os quais uma cavilha) e restos de opus signinum, tendo sido também exumados alguns fragmentos de cerâmica comum e de construção.
Resultados: Os escassos materiais arqueológicos recolhidos, bem como os próprios materiais construtivos da estrutura detectada e a sua fraca monumentalidade, apontam para o facto de estarmos perante um pequeno aqueduto de época romana, não obstante o seu mau estado de conservação. O seu processo construtivo parece ter passado pela escavação de uma vala no substrato geológico, que se encheu posteriormente com uma argamassa branca misturada com seixos de forma aleatória, sobre a qual arranca a construção da caleira, compreendendo uma melhor organização e tamanho do material pétreo, havendo uma maior consistência da argamassa. A última fase deste processo prende-se com o revestimento a opus signinum rosado no interior do caneiro, mas só numa das paredes e no fundo, que, por sua vez era inclinado, para a água correr somente encostada ao lado que possuía esse revestimento. Esse caneiro poderia ser tapado por lajes de xisto, já que algumas delas foram encontradas na camada arqueológica acima da estrutura, embora nenhuma in situ.
Responsáveis pelo Projecto: João Costa, Paulo Rebelo, Nuno Neto