Espaço: Sob a gestão da Sociedade Parques de Sintra Monte da Lua, S.A., o Parque e Palácio de Monserrate está implantado na vertente Norte da Serra de Sintra e integrado no Parque Natural de Sintra-Cascais. As áreas objecto da intervenção arqueológica realizada, implantam-se na envolvente do palácio em quatro zonas distintas.
Objectivos: Na sequência do programa de obras de valorização e reabilitação do palácio, classificado como Imóvel de Interesse Público pelo Dec. n.º 95/78, de 12 de Setembro, foram efectuadas quatro sondagens arqueológicas, com o objectivo de avaliar o impacto de futuras obras e responder a dúvidas específicas aventadas pela entidade contratante em áreas por esta designadas, visando um maior e melhor conhecimento dos sistemas integrados de funcionamento técnico do palácio e zona envolvente, bem como a técnica construtiva usada na cobertura da casa da caldeira, objectivos que no presente caso só foram possíveis de alcançar recorrendo a acções de escavação.
Trabalhos: Foram abertas quatro sondagens em áreas distintas, norteadas pelos princípios metodológicos preconizados por Harris. A sondagem 1 foi aberta no sector Este da envolvente do palácio, junto à boca de poço importada de Veneza no século XIX; a sondagem 2 foi implantada no sector Nordeste da envolvente do palácio, em terraço terraplanado na zona que corresponde à cobertura da casa da caldeira e tendo como objectivo verificar a tipologia e técnica de impermeabilização da cobertura; a sondagem 3 situava-se na zona Sudeste da envolvente do palácio, junto a marco pétreo; e a sondagem 4 encontrava-se na zona Este da envolvente do palácio, a Sudoeste da sondagem 1.
Materiais: A quase totalidade do material arqueológico recolhido é cronologicamente balizada no período contemporâneo. Escassos foram os materiais recolhidos e ainda menos os que são passíveis de fornecerem tipologias formais ou decorativas.
Resultados: Tomando como base de trabalho as áreas designadas pela entidade contratante, cedo se concluiu como sendo de reduzido impacto as consequências de futuras obras de carácter intrusivo e destrutivo do contexto arqueológico aí existente, não se justificando a adopção de medidas de preservação e salvaguarda dos vestígios arqueológicos detectados e a necessidade de alargamento das áreas intervencionadas.
Responsáveis pelo Projecto: Nuno Neto e Rui Nunes