As escavações arqueológicas junto ao Convento do Carmo, relacionadas com a última parte do projecto de Siza Vieira para o Chiado, denominada de Pátio B, têm-se revelado uma caixa de surpresas. Iniciada em Julho do ano passado, a última fase dos trabalhos arqueológicos – começados em 2008, pelo Centro de Arqueologia de Lisboa (CAL), ligado à câmara municipal – destapou coisas nunca vistas desde a Idade Média. É o caso das fundações do templo, cuja construção data de 1389. Trata-se, sem dúvida, de um tesouro no coração da cidade. De tal forma que, como O Corvo noticiou há cerca de um mês, o projecto do arquitecto portuense para esta nova ligação entre o Chiado e o Largo do Carmo, também designada como Terraços do Carmo, teve de ser reajustado.
Para além de desenterrar diversos corpos e uma parte da cabeceira da igreja que esteve debaixo da terra desde a sua edificação – deixando à vista toda uma faixa de pedra de uma alvura impressionante e na qual são visíveis, quase imaculadas, as originais marcas dos canteiros que a trabalharam -, a escavação trouxe ao de cima uma série de outros achados. De antes e de depois do terramoto de 1755. Referentes a um arco temporal compreendido entre os séculos XIV e XX, foram ali encontrados moedas, cerâmicas, vidros, metais, faunas e artefactos em madeira, entre outros. Todos eles estão agora a ser avaliados e catalogados nos laboratórios do CAL – que desenvolve o trabalho de campo em parceria com a empresa Neoépica.
Texto e entrevista: Samuel Alemão
Vídeo: Sandra Isabel Oliveira
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